Segundo a OAB, pessoas se passando por advogados têm pedido dinheiro para entrar com ação contra a empresa e sumido
FOTO: Antônio Cota
Não bastasse o desastre causado pelo rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em novembro do ano passado, a população de Valadares está sendo afetada desta vez de outra forma. Pessoas se passando por advogados têm buscado clientes no município para entrar com ações contra a Samarco com o objetivo de aplicar golpes nos envolvidos.
Em entrevista na sede da 43ª Subseção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), o presidente da entidade, Elias Souto, e o presidente do Conselho de Ética da OAB, Miguel Angelo Provetti, alertaram a população sobre o fato e pediram que os moradores procurem advogados conhecidos para buscarem seus direitos.
Elias Souto comentou sobre a preocupação da OAB em relação aos processos individuais que estão sendo movidos contra a Samarco. “A primeira preocupação da OAB é que a população faça a contratação de advogados que de fato sejam advogados. Nós tivemos históricos recentes de contratações de pessoas que se passavam por advogados, pegavam uma quantia inicial de supostos clientes, depois simplesmente sumiam. As pessoas não sabem onde foram parar as ações ou se entraram com as ações ou não. Temos muitos problemas relacionados a advogados que vieram de fora, colheram um monte de procurações, ajuizaram ações contra a empresa e, de repente, voltaram para suas cidades e os clientes de Valadares não têm contato com eles”, disse.
Segundo Souto, o melhor é contratar advogados conhecidos. “Quando for fazer a contratação do advogado, procure um que de fato a pessoa conheça a procedência, para que possa ter seu direito garantido”, reforçou, acrescentando que são vários históricos de pessoas se passando por advogados registrados ou “agenciadores”. “Temos históricos de várias pessoas que utilizam o nome de advogados para fazerem essa contratação, pegar a procuração e ajuizar ações em nomes de advogados, inclusive assinaturas. Já tivemos situações desse tipo em Governador Valadares”, alertou.
O prejuízo para a classe, de acordo com o presidente da OAB, é grande. “Temos excelentes profissionais em Valadares. Temos pouquíssimos problemas com o Conselho de Ética. Mas o problema é que a população pode ser lesada por estelionatários”, comentou, afirmando que são mais de 15 mil ações ajuizadas contra a empresa em Valadares em razão do desastre.
Fonte: DRD
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